Para celebrar o Dia Mundial do Livro neste 23.abr, confira as obras que estão na mesa de cabeceira da equipe do Núcleo. Pega um café, desliga a wi-fi e vá ler um livro!
📚 A máquina do caos: Como as redes sociais reprogramaram nossa mente e nosso mundo - Max Fischer (2023)
Logo que comecei a trabalhar no Núcleo, senti que precisava aprofundar meu conhecimento sobre a nossa área de cobertura. Um dia passeando numa livraria, me deparei com esse livro e lembrei que ele tinha sido indicado em algum dos muitos podcasts que eu ouço.
Esse é um daqueles livros para quem não sabe nada sobre o funcionamento das redes sociais, dos algoritmos e da influência das big techs no mundo. Ao mesmo tempo, o repórter Max Fischer constrói um panorama tão assustador sobre a relação da sociedade com as redes que até mesmo os maiores estudiosos sobre o assunto ficarão estarrecidos. Recomendo ler acompanhado de um marca-texto, post-it ou lápis para fazer marcações.
[Milena, editora de redes sociais e comunidade]
📚 Impérios da comunicação: da AT&T ao Google - Tim Wu (2012)
Ganhei esse livro de presente de um amigo em 2013 e creio que tenha sido a primeira sementinha do que depois veio a se tornar um Núcleo.
O livro conta a saga do sistema moderno de comunicação, passando por questões tecnológicas, regulatórias e econômicas. Mesmo tendo mais de uma década, muito do que o autor coloca ali permanece fresco até hoje. Wu escreve bem e não adora linguagem tecnocrática, e em nenhum momento o livro fica monótono.
[Sérgio, diretor-executivo]
📚 Algoritmos de Destruição em Massa - Cathy O'Neil (2016)
Lançado em 2016, esse livro é anterior a muitos dos avanços tecnológicos que já se tornaram onipresentes hoje em dia, como sistemas complexos de recomendação, chatbots de IA, entre outros. No entanto, a cientista de dados Cathy O'Neil aponta nesse livro de maneira precisa e quase profética os perigos da "algoritmização" de instituições como o judiciário, a polícia e as universidades.
Partindo de exemplos reais, como por exemplo, de sentenças injustas proferidas com o auxílio de algoritmos, a autora alerta como sistemas automatizados inerentemente replicam os vieses de seus engenheiros. E expõe também como a fé cega do Vale do Silício na abundância de dados como resposta para todos os problemas pode ampliar desigualdades e colocar instituições democráticas em xeque. É uma leitura curiosa de se fazer nesse nosso ano de 2025 em que muito do que ela apontou deixou de ser projeto e passou a ser realidade.
[Rodolfo, editor de jornalismo visual]
📚 O capital está morto - McKenzie Wark (2019)
O livro é o amadurecimento da ideia que a autora desenvolve no seu Manifesto Hacker. Descreve o surgimento de uma terceira classe dominante além das duas propostas pro Marx (latifundiários e capitalistas) - os vetorialistas, que controlam os vetores de informação ao invés de terras e os meios de produção.
Além do conteúdo ousado e interessante, um detalhe para quem aprecia os revolucionários dos idos de 1968 na França, a McKenzie é fã e tenta imitar o estilo dos situacionistas.
[Lucas Lago, consultor e palpiteiro]
📚 Quando o Google encontrou o WikiLeaks - Julian Assange (2015)
Neste livro, Julian Assange relata o encontro pessoal entre ele e Éric Schmidt, presidente do Google, em 2011. A conversa abordou temas como propriedade intelectual, política, direitos humanos e, surpreendentemente, bitcoin.
O livro também aborda a relação da empresa com o governo dos Estados Unidos em 2011, tocando em temas como vigilância e liberdade de expressão.
[Sofia Schurig, repórter]