As denúncias de racismo e de injúria racial em plataformas digitais cresceram 43,4%, segundo análise divulgada na última semana pelo Aláfia Lab a partir de dados do Disque 100 obtidos via Lei de Acesso à Informação. Foram 452 casos em 2024 ante a 315 no ano anterior.
Segundo o levantamento, que considera os casos de 2011 até mar.2025, pessoas negras (90%) são a maioria das vítimas, das quais 66% se declaram pretas e 24% pardas. Para os autores, o dado sugere que, quanto mais escura for a cor de pele, mais essas pessoas são alvo de racismo.
O perfil majoritário de vítimas são mulheres (61,5%), com faixa etária entre 25 a 30 anos (27,7%). Por outro lado, homens são os principais agressores (55%) nos casos em que houve indicação da autoria.
Entre os estados identificados, São Paulo lidera o número de denúncias (248), seguido de Rio de Janeiro (178), Minas Gerais (121) e Bahia (66).
De acordo com o estudo, "o aumento pode estar relacionado a diversos fatores, como a intensificação da polarização política no país, que acirrou os conflitos na esfera pública digital, especialmente em períodos eleitorais, e também à ampliação do debate público sobre o tema, que tem despertado maior consciência crítica na população".
Os autores também consideram que "mudanças nos métodos de denúncia, como a incorporação de aplicativos de mensageria instantânea, contribuíram para facilitar o acesso e estimular novos registros".