Donald Trump foi eleito o 47º presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira (6.nov.2024). Em sua campanha, ele já prometeu prender CEOs de Big Techs, separar empresas e dificultar legalmente a moderação de conteúdos nas redes sociais.
REDES SOCIAIS. Algumas das promessas de Trump envolvendo redes sociais envolvem:
- Encerrar a proteção legal que isenta plataformas de responsabilidade por conteúdos de terceiros ou pela moderação de posts;
- Permitir que adultos optem "não ter" moderação em seus feeds;
- Exigir processos de apelação para disputas de perfis banidos;
- Condicionar a remoção de conteúdos online a mandados judiciais;
- Exigir que plataformas ampliem as equipes de moderação contra exploração sexual infantil e terrorismo.
LIDERANÇAS DE TECH. Vários CEOs de Big Techs, incluindo Tim Cook (Apple), Sundar Pichai (Google), Andy Jassy (Amazon) e Mark Zuckerberg (Meta), buscaram se reaproximar de Trump antes das eleições, segundo a CNN. Alguns discutiram questões regulatórias, enquanto outros ofereceram apoio após o atentado que Trump sofreu em jul.2024.
Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), doou quase US$ 119 milhões para a campanha de Trump e discursou em comícios, além de ter "emprestado" sua rede social para servir de plataforma publicitária para o republicano. Trump sugeriu criar um gabinete de "eficiência governamental", uma proposta de Musk, que afirmou estar sendo considerado para liderar a força-tarefa.
POR NOME. Durante a campanha, Trump mencionou diretamente três das maiores empresas de tecnologia do mundo:
- Meta: Trump prometeu que, caso eleito, puniria todos que participaram da "fraude das eleições em 2020", incluindo Zuckerberg. Em livro recente, Trump também ameaçou: “Estamos observando-o de perto. Se fizer algo ilegal, passará o resto da vida na prisão.”
- Google: Trump acusou o Google de manipular resultados de pesquisa durante as eleições, chamou a empresa de "muito ruim" e disse que, se eleito, tomaria medidas judiciais para investigar uma "possível interferência" nas eleições de 2024.
- TikTok (ByteDance): Trump disse não apoiar mais um banimento da rede da ByteDance nos EUA – ainda que seja ele o responsável por começar essa disputa, ainda em 2020. “Francamente, há muitas pessoas no TikTok que adoram”, disse, em entrevista. “Há muitas crianças jovens no TikTok que ficarão loucas sem ele.”
PROCESSOS. A maioria dos processos do governo contra as big techs começou na gestão Trump, incluindo ações contra Amazon e Google por monopólio.
O futuro desses casos depende de nomeações feitas por Trump para liderar a Federal Trade Commission (FTC), agência responsável pela supervisão do mercado e por diversas ações contra as Big Techs.
IA. Trump já chamou inteligência artificial de "muito perigosa", mas, até o momento, não delineou nenhuma futura diretriz para regular a tecnologia. Sua única promessa é derrubar uma ordem executiva assinada pelo atual presidente, Joe Biden, em nov.2023, que concede ao governo dos EUA autoridade para estabelecer padrões e evitar o uso prejudicial da IA.
Ele disse: “Vamos revogar a perigosa ordem executiva de Joe Biden que impede a inovação em IA e impõe ideias radicais de esquerda ao desenvolvimento dessa tecnologia.”